Com o delírio, eu anulo
Esse plano raso que detesto
Bato a cabeça numa cesta
Não me teste, porque não respondo

DS3 representa
Uma pedrada nesses falsos monumentos
Um abraço e um momento que se eternizam
Como nossa assinatura no cimento

Aqui todo encontro é romantizado
É que entre risadas, fugimos do tempo
Cada irmão é um professor pra mim

Não podemos viver entre o depois e o antes
Não há nada que valha semelhante estresse
Lembre-se, não existe o pré nem o pós
Tudo acontece agora, aqui a festa é o momento

E eu sei lá, deixo um flash pra você
Onde eu estiver, meu selo estará
Não me preocupo com os outros, eles mesmos vão perceber
Que, no grupo deles, tem mais brinquedos do que em um sexshop

Ui, você só quer entreter
Isso é fácil de entender
Cantam merda processada para parecer legal
E agora, as pessoas engasgam quando não tem purê

Não é treta, se nem sendo genérico eles se tocam
São apenas alguns raps que vão com respeito e graça
Eu não brigo mais quando a distância é grande
O cordão umbilical que os une com sua falácia

Para onde vou, não sei nem finjo que sei
Hoje, eu não fico impaciente por não saber o que estou fazendo
Eu gosto de meter o louco com o foco, vamos vendo
E deixar todos pensando: Que porra ele está dizendo?

Essa embriaguez não me deixa dormir
E umas dúvidas que nem o I-Ching consegue tirar de mim
Eu guardo comigo aquilo que me representa
Eu não uso a bandeira que dá orgulho para fazer marketing (para fazer marketing)

Para fazer marketing
Ai, menina, para fazer marketing
(Para fazer marketing)

Saibam que não existe receita se não houver amor
Uma pirueta não te salva, nem arrancar as pétalas
Nem beijar o crucifixo, nem aquela garrafa de álcool
Somos todos filhos do auto-boicote

Você seduz tão bem, você faz uma cara ótima
Aprendemos a comer e não a deixar ser comovidos pelos outros
Todos nós já nos conhecemos um pouco
Se o mundo é um lenço, então ele está cheio de catarro

Você pode jogar nas costas, mas até o touro cansa
Não adianta mais ficar só de conversinha fiada
Todas as promessas não enchem o vazio de uma barriga
Que piada, nem com suborno eles se dão bem

As pessoas não querem apenas pão, cara
Querem dignidade e a chance de ter um barraco
Todos estão ralando duro e têm direito a um pouco
Sem precisar revirar uma lixeira em busca de esperança

Agora, eu entendo por que se irritava tão fácil
E dizia que ficar calmo era impossível
Se até minha rotina tem que ser consumível
E olha que eu passo o dia fazendo coisas inúteis

Que não servem ao seu rei nem a uma dama ou à lei
Que são governadas pela alma com a calma do sensei
É preciso aprender a olhar direito
Pois, neste mundo ruim, há um Caim para cada Abel

Ui, já me acostumei com o barulho
Daquele que chora quando me calo e se dói quando falo muito
Eu tenho meu povo que me atura sem puxação de saco
E quem fala mal é tão idiota que dá orgulho, eca